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Carreta da Justiça: Juíza determina medidas protetivas em Anhanduí
11/04/2017 - 18:25
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Durante o atendimento da Carreta da Justiça em Anhandui, distrito de Campo Grande, a juíza Jacqueline Machado, da 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar da Capital, recebeu denúncias de violência contra mulher e deferiu, além de medidas protetivas, a prisão de um agressor que desrespeitou a determinação de não se aproximar e não entrar em contato com a vítima.

A passagem da justiça por Anhandui também foi marcada por serviços jurídicos, além de palestras sobre violência doméstica, para alunos e professores da Escola Municipal Izaura Nogueira, e a apresentação de teatro, com uma peça ao ar livre que aborda um caso de violência doméstica que termina com o empoderamento da mulher, que denuncia seu marido agressor, que é preso e levado pelos policiais da Patrulha Maria da Penha.

E o recado foi dado. Muitos moradores acompanharam a peça, encenada na rua, mas principalmente a participação de jovens estudantes foi fundamental para passar a ideia de que a mulher não pode ser vítima, devendo ser protagonista de sua própria história. Os alunos interagiram com a personagem Maria que, a todo momento, era incentivada a denunciar as agressões no telefone 180.

Com a presença do Judiciário no distrito de Anhandui, algumas mulheres sentiram-se encorajadas a denunciar o que passaram, nas mãos de seus companheiros, que na verdade foram seus algozes, explicou a juíza Jacqueline Machado.

Uma das vítimas concordou em contar seu relato, mas para preservar sua identidade, não serão revelados nomes, nem outra característica que possa identificá-la. Para ela, outras mulheres também devem denunciar as agressões sofridas e mudar de vida.

?Eu vivi casada com um homem que me agredia e eu sempre segurei isto e não tinha coragem de denunciar. Mas com a ajuda de amigos eu saí desta situação. Saí da minha casa, abandonei tudo. E quando soube da vinda da Carreta da Justiça para cá busquei atendimento. Senti segurança e vi que é uma coisa que vai me ajudar?, relatou.

Ela conta que sofreu por 14 anos agressões verbais, morais e a violência física. Até o dia em que resolveu mudar de cidade para buscar vida nova. ?Começou como um casamento normal, até que começaram os ciúmes doentios, que depois foi para xingamentos, até chegar a agressão física. Eu sempre falava que sairia de casa e ele me ameaçava de morte. Mas não adianta tentar esperar, porque não muda, sempre pioram as agressões. Por isto, a gente tem que tomar uma iniciativa de uma vez por todas?, disse, encorajando outras mulheres a não aceitarem e conviverem com os abusos.

Resultados ? Além das garantias às mulheres vítimas de violência, a passagem da Carreta da Justiça proporcionou a oportunidade para muitas pessoas buscarem auxílio da Justiça.

Foram realizados um acordo de alimentos e guarda, um reconhecimento de paternidade, dois divórcios e 12 conversões de união estável em casamento. Uma delas foi do casal de idosos Cândida Oviedo Souza e Antônio Pereira da Silva. Eles viram na Carreta da Justiça a oportunidade de oficializarem aquilo que sempre tiveram: 30 anos de convivência e muito amor.

Antônio conta que eles se conheceram na área rural, mas foi quando foram para Anhandui que começaram o relacionamento. ?Nós estávamos esperando este dia por muito tempo, mas foi muito descuido, até que ficamos sabendo ontem a noite da vinda da justiça e já decidimos casar e deu tudo certo, graças a Deus?.

A próxima comarca a ser atendida pela Carreta da Justiça será Bodoquena, entre os dias 17 e 20 de abril.



Autor da notícia: Secretaria de Comunicação - imprensa@tjms.jus.br


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